Conheça a tendência do brutalismo

Com uma estética bastante crua, muitas vezes o brutalismo se confunde com uma obra inacabada, mas saiba que isso é apenas mais uma das possibilidades arquitetônicas. Por mais que aparente caos, o estilo busca uma construção ordenada e organizada, uma das premissas básicas da arquitetura.

O início do brutalismo

O brutalismo surgiu no período pós-guerra do século XX em uma espécie de fusão entre o minimalismo e o modernismo. Na época, a tecnologia e a indústria avançaram bastante e, com isso, a construção civil e a arquitetura também sentiram os impactos do desenvolvimento. Como a necessidade era reerguer as cidades da Europa, a arquitetura buscou uma praticidade e economia encontrada no “béton brut”, termo usado como base do brutalismo que significa concreto bruto.

 Ao contrário de outros estilos – que nasceram inspirados na arte – o brutalismo surge pensando na funcionalidade e necessidade de cada obra e não tanto em seu valor estético. Mesmo assim o estilo conta com um charme único que foi muito utilizado até a década de 1980 para levar personalidade aos espaços comerciais e residenciais.

Le Corbusier, um dos grandes nomes da arquitetura do século passado, foi um dos precursores do movimento, usando o estilo em unidades de habitação francesas.

Estética deixada de lado

Em um momento em que era preciso apenas reconstruir uma civilização, o viés funcional era o que mais importava e um desenho elaborado acaba sendo ignorado se não tivesse uma grande função por trás. Outros elementos que não tinham vez no início do brutalismo eram os artigos supérfluos e acessórios que escondiam a crua verdade estrutural dos projetos.

Considerados feios por se oporem aos adornos, rebuscamentos e valores ideológicos dos estilos precursores, os projetos brutalistas se tornaram conhecidos pelo intenso uso de aspectos estruturais expostos, como vigas e pilares em aço, madeira e concreto armado. Arrojados e de grande porte, os projetos deste estilo são repletos de ângulos, módulos, estruturas suspensas e geometrias.

Destaque no mundo

O brutalismo foi muito usado em prédios governamentais de países como Alemanha, Estados Unidos, França, Japão e Itália. Mas o Brasil não ficou de fora.

As formas das construções brutalistas fizeram muito sucesso pelo mundo inteiro, principalmente em edifícios governamentais e em países como França, Alemanha, Japão, Estados Unidos, Itália, Canadá, Israel e Austrália. Sua presença também foi marcante no Brasil, quando chegou em meados do século 1970. Em terras brasileiras, o brutalismo foi usado em residências que buscavam uma construção moderna e perfeitamente moldada. Já quando o assunto é decoração de interiores, o estilo é traduzido na praticidade e na remoção dos excessos. O uso de materiais mais baratos e simples, porém extremamente resistentes como madeira, metal, vidro e concreto foram usados junto com tons neutros, como amadeirados e metalizados para criar a sensação de obra inacabada.

No Brasil, um dos destaques do brutalismo é o antigo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) e o Museu de Arte de São Paulo (MASP). Mesmo que os principais conceitos do brutalismo tenham ganhado destaque nas obras brasileiras, os projetos nacionais trouxeram um pouco mais de elegância criando uma vertente única para o projeto.

Representante de um período marcante na história mundial, o brutalismo serve como inspiração até hoje por conta de sua praticidade e funcionalidade, termo que voltou a ser pauta dos projetos arquitetônicos. Além disso, o estilo atemporal serve como um contraponto bastante interessante à arquitetura contemporânea.