O futuro da arquitetura segundo Priscila Feuers

Sabe aquela sensação de que, quando finalmente compreendemos alguma situação, ela logo se desenvolve e nós voltamos para a estaca zero? A globalização e troca de informações de maneira acelerada faz com que nos sintamos sempre em busca de algo diferente, de uma novidade. Com o futuro da arquitetura não poderia ser diferente. Por mais que siga muito os gostos pessoais do cliente, ela está sempre em busca de novas soluções e referências para deixar os ambientes muito mais do que visualmente agradáveis, mas extremamente funcionais e que tenham impacto positivo na sociedade.

Para buscar entender um pouco mais sobre o que o futuro reserva quando o assunto é arquitetura, a arquiteta e Decor Influencer Priscila Feuers reuniu cinco pontos que acredita representar bem como a arquitetura vai se comportar nos próximos anos. “A arquitetura do futuro será mais contributiva para a sobrevivência das cidades e das pessoas”, adianta Priscila.

Entenda qual é o futuro da arquitetura:

Soluções sociais

Segundo a arquiteta, o futuro da arquitetura deve trazer soluções para diferentes problemas sociais. “A arquitetura do futuro trará soluções para a pobreza, superlotação e esgotamento da terra.  Ela será ainda mais essencial para as cidades. Por meio de soluções de menor custo, ela viabilizará construções de menor investimento com soluções que agregam em pequenos espaços mais qualidade de vida”, explica.

Cuidado com o meio ambiente

Há tempos diversos setores expressam uma grande preocupação ambiental. A necessidade de pensar nos impactos causados ao meio ambiente se tornou uma pauta que influencia diretamente diferentes mercados, incluindo o da arquitetura. A questão, inclusive, deve ganhar ainda mais força nos próximos anos. “A arquitetura do futuro terá que ser inovadora nos materiais usados ​​e nas futuras estruturas de construção. Ela trará construções autossuficientes, que contribuem para o meio ambiente seja nos materiais de reuso para construções, soluções de baixo custo, na captação e limpeza da água para reuso, na geração de energia, em espaços destinados para o plantio de hortas e espaços menores de habitação”, aponta Priscila, que ainda acredita que, além da preocupação do momento do desenvolvimento de novos projetos, o cuidado com o meio ambiente deve estar presente em soluções que busquem o bem-estar, seja com o maior contato com a natureza ou em espaços sociais compartilhados.

Um olhar para a mobilidade

O olhar para a mobilidade já é uma pauta discutida há um tempo, mas que ainda não ganhou a importância merecida. Para Priscila, o tema vai ganhar maior visibilidade nos próximos anos. “A arquitetura do futuro contribuirá com a mobilidade das cidades por meio da construção de edifícios como micro-cidades, que têm como objetivo absorver a mobilidade com espaços multiusos”, comenta. Entre os exemplos dados pela arquiteta, estão os condomínios residenciais e comerciais que contam com diferentes serviços ofertados aos moradores, como comércio, farmácia, coworkings, quadras poliesportivas, piscinas e academias. “Esta infraestrutura própria possibilita mais qualidade de vida para os moradores, além de interferir diretamente no bem-estar social da população que reside neste espaço. Por outro lado as cidades também se beneficiam com estes grandes condomínios por contribuir com a mobilidade urbana. Com o auxílio deles, a população urbana se locomove menos pelos espaços urbanos, gerando menos trânsito, menos poluição e mais segurança”, analisa Priscila.

Conexão com a natureza

Muito se fala em biofilia e no impacto que ela tem para o bem-estar de quem frequenta os ambientes que seguem o conceito. Para a arquiteta, quem ainda não têm esta característica como premissa básica, precisa buscar entender o assunto. Afinal, uma arquitetura alinhada com a natureza vai marcar o futuro do setor, seja no impacto construtivo ou na sensação causada pela biofilia nos moradores.

Detalhes técnicos

Segundo Priscila, o futuro não só da arquitetura, como também do design de produtos, está nas linhas mais orgânicas, sensitivas e confortáveis, buscando sempre trazer a sensação de bem-estar. Este conceito, conhecido como arquitetura orgânica, surgiu na década de 1930 e volta a ganhar força como uma forma de unir meio ambiente e tecnologia. A combinação aconteceu por meio de técnicas construtivas harmoniosas e ecologicamente sustentáveis. “O objetivo principal do design orgânico é usar a natureza como fonte para criação de ambientes mais naturais, sendo ela sua maior inspiração. Hoje as curvas estão muito mais acentuadas, seja nos projetos de interiores, no design de produto ou na arquitetura. No futuro, a forma orgânica estará ainda mais acentuada e presente, como também mais colorida dando um ar mais futurista. Vemos este movimento muito forte com o designer famoso e mundialmente conhecido, o Karim Rashid”, finaliza Priscila.