O potencial dos imóveis fora de centros urbanos

Há alguns anos, imóveis nos grandes centros urbanos eram os mais concorridos. Afinal, muitos faziam questão de morar onde tudo acontecia, próximos dos melhores negócios da cidade e perto de todos os lugares mais frequentados. Morar longe do trabalho era um pesadelo, não ter bons mercados, farmácias e padarias por perto estava fora de cogitação e se a escola das crianças não fosse em poucas quadras de distância o imóvel já era descartado. A facilidade de ter uma cidade toda aos seus pés ajudou muitas famílias a escolherem a casa dos sonhos, mas esta realidade mudou. Os imóveis fora de centros urbanos ganharam destaque e a pandemia do Coronavírus foi uma das responsáveis por esta mudança de comportamento.

Por mais que casas e apartamentos nos centro das grandes cidades ainda sejam muito procurados, são os imóveis fora de centros urbanos que estão aquecendo o mercado imobiliário. Com a possibilidade do trabalho home office, a necessidade de estar mais perto da natureza e a busca por mais tranquilidade e segurança fez com que zonas afastadas se tornassem as mais desejadas. Sem falar no preço, que costuma reduzir mais conforme a distância dos polos comerciais aumenta.

A criação de um novo estilo de vida

O senso de comunidade mudou. Os coworkings são os novos escritórios e os colivings os novos condomínios. Por sua vez, os condomínios passam a ser quase que pequenas cidades. 

Enquanto uns ainda preferem pequenos apartamentos no centro da cidade, muitos estão buscando casas maiores e afastadas, com o foco sempre no contato com a natureza – que, mesmo que mínimo, já supera o encontrado nos grandes centros urbanos.

O estilo de vida mudou. As pessoas passam cada vez mais tempo em casa e se deslocam cada vez menos e, mesmo quando precisam, acabam optando pelo delivery em grande parte das vezes. Este novo lifestyle também pode ser visto no comportamento de busca das pessoas que buscam novos imóveis. O intenso uso de filtros como proximidade do metrô e vagas de garagem deu lugar para outras prioridades como home office, sacada, quintal e maior metragem.

Enquanto imóveis na região metropolitana são a escolha de quem ainda é apegado às grandes cidades, imóveis no litoral se tornam a opção perfeita para quem usou os impactos da pandemia para se reinventar.

Imóveis fora de centros urbanos podem ser um retorno ao passado

A descentralização, por mais que seja uma novidade, era um comportamento comum no século passado. Quem não viveu nesta época, com certeza muito já se ouviu falar nos benefícios de uma vizinhança tranquila, onde era possível brincar na rua sem grandes perigos e os vizinhos se tornavam uma grande família. Com isso, as regiões metropolitanas e bairros que fazem a divisa das cidades recebem cada vez mais investimento e atrai os olhares de futuros moradores. 

A nova leva de interesse para áreas antes esquecidas ressignifica o conceito de comunidade e até lembra um estilo de vida um pouco mais antigo. Esta requalificação urbana é apenas um efeito de uma das principais tendências do mercado imobiliário e da arquitetura dos últimos anos: o resgate das memórias, o apreço pelo artesanal e local e o conceito de nostalgia.

Mais do que afetar diretamente – e positivamente – o bem-estar das pessoas que buscam imóveis fora de centros urbanos, este comportamento ainda é benéfico para a região que passa a ser povoada. Por mais que o objetivo dos moradores com estes centros afastados é a busca por tranquilidade, o crescimento do comércio e a geração de empregos nestas regiões se torna inevitável. Por outro lado, este desenvolvimento também é interessante para os moradores, que conseguem se manter longe dos centros urbanos por mais tempo. Seja por coincidência ou por uma tendência de mercado, o crescimento visto nestas regiões dialoga perfeitamente com o que os moradores buscam: simplicidade, autenticidade e segurança. É o novo conceito de luxo trazendo soluções ainda mais deslumbrantes para um estilo de vida cada vez mais responsável e pé no chão.

Sem dúvidas, é um comportamento para ficar atento: chegou a vez do Brasil valorizar mais as regiões afastadas dos grandes centros urbanos.